Se oficialmente o Atlético trata Eduardo Coudet como “assunto encerrado”, conforme nota divulgada no fim de semana, a passagem e, principalmente, a saída do técnico argentino ainda é assunto no clube. Segundo apurou a reportagem, integrantes da cúpula alvinegra viram o episódio como “um trauma” e procuram tirar lições para que ele não se repita.
Não queremos algo desse tipo no Atlético novamente”. A frase dita por uma das fontes consultadas expressa o sentimento da diretoria do Galo sobre a passagem de Chacho pelo clube mineiro. A relação entre Coudet e os mandatários alvinegros se estremeceu em 6 de abril. Na ocasião, após derrota por 1 a 0 para o Libertad-PAR, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela primeira rodada do Grupo G da Copa Libertadores, o treinador tornou pública a insatisfação com a montagem do elenco para a temporada.
Em entrevista coletiva após o revés, o técnico disse que o grupo era curto e deixou claro o incômodo com vendas concretizadas pela diretoria, como a do atacante Eduardo Sasha para o Bragantino. A declaração, obviamente, repercutiu mal internamente.
Na sede de Lourdes, Chacho e membros da cúpula do Galo se reuniram. O clima foi apaziguado, e decidiu-se pela continuidade do trabalho – especialmente em virtude da expressiva multa rescisória, avaliada em R$ 25 milhões naquela altura.
Com o time apresentando evolução em campo e conquistando bons resultados, a postura que o treinador teria assumido depois do empate por 1 a 1 com o Bragantino, ainda no vestiário do Gigante da Pampulha, surpreendeu a todos. Ele teria voltado a criticar o planejamento de elenco e se despedido dos atletas.
A diretoria interpretou a atitude como um pedido de demissão e chegou a cogitar acionar o argentino na Justiça para receber a multa, agora avaliada em R$ 16,7 milhões. Porém, as partes entraram em acordo para a rescisão amigável, sem pagamento da penalidade por qualquer dos lados.
ECONOMIA
A troca de Coudet por Luiz Felipe Scolari representa, para além de um alívio na tensão dos bastidores, um corte importante em uma das folhas salariais mais expressivas do futebol brasileiro. O Atlético vai gastar com Scolari e o auxiliar Carlos Pracidelli aproximadamente a metade do que gastava com a comissão argentina.
Além de manter uma equipe competitiva, a diretoria do Galo espera que Felipão seja uma espécie de “elo pacificador” no clube mineiro. Controlando e motivando o vestiário, lidando com as limitações financeiras da instituição e adotando uma comunicação que evite ruídos.
ENQUETE
Torcedores do Atlético-MG aprovam Felipão? O site No Ataque realizou, entre sexta-feira (16/6) e ontem (17/6), uma enquete sobre o tema. Pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari recebeu a aprovação de 71% e a rejeição de 29% dos votantes na enquete.
Felipão assinou contrato com o Atlético até o fim de 2024. O experiente profissional de 74 anos volta ao comando técnico de um time sete meses depois de anunciar aposentadoria da função e assumir o cargo de diretor no Athletico-PR.
No Atlético, Felipão vai substituir o técnico Eduardo Coudet, que assinou rescisão contratual e, neste sábado, voltou à Argentina. Com Scolari, chega o auxiliar e ex-preparador de goleiros Carlos Pracidelli. A dupla estreia no comando do Galo contra o Fluminense. As equipes se enfrentam na próxima quarta-feira (21/6), às 21h30, no Maracanã, pela 11º rodada do Campeonato Brasileiro.
Fonte: Estado de Minas