Francisco José Guimarães, conhecido pela alcunha de Chiquinho Guimarães, foi uma personalidade de muita importância para Montes Claros. Ele, literalmente, ajudou a construir a cidade, deixando um grande legado para aquela que se tornaria a sexta maior cidade de Minas Gerais.

Chiquinho era de uma família simples da zona rural, onde ajudava seus pais na lavoura na Fazenda Vieira, local de seu nascimento em 1886, próximo do local onde hoje é o bairro São Geraldo II. Chiquinho Guimarães casou-se aos 19 anos com Guilhermina Medeiros do Ó, moça que não se acostumou à vida na fazenda, longe da convivência dos seus familiares. Mudando-se para a zona urbana convencido pelo seu sogro, Cristiano Tiago do Ó, em 1906, Chiquinho aprendeu o ofício de pedreiro e foi através dessa função que ele contribuiu definitivamente para o desenvolvimento da cidade.

À época, Montes Claros era quase uma aldeia de tão pequena, com poucas ruas e praças e, ao mesmo tempo, povoada de muitas chácaras. Chiquinho Guimarães foi um dos construtores responsáveis pela edificação da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida (auxiliado por seu irmão Santos Guimarães), do prédio do Grupo Escolar Gonçalves Chaves (localizado em frente à Praça Dr. João Alves), do Asilo Lar Betânia São Vicente (de onde mais tarde foi vice-presidente), e do Clube Montes Claros, prédio onde hoje funciona o Conservatório Lorenzo Fernandez.

Muito dedicado e esforçado em seu ofício, Chiquinho Guimarães, em suas horas vagas, lia livros de sua área técnica. A cada novo aprendizado, Chiquinho o aplicava em seus experimentos. Foi dessa maneira que começou a fazer diversas experiências, incluindo técnicas de cortar vidro, novos vernizes e diferentes misturas para tintas de parede. 

 

Ao olharmos hoje para Montes Claros é impossível não enxergar, na paisagem urbana, as impressões digitais de Chiquinho Guimarães, que contribuiu de forma indiscutível para o visual e a história da nossa cidade, tendo virado até nome de um dos nossos bairros.