Mário Ribeiro, sem sombra de dúvidas, foi uma das figuras mais importantes da história de Montes Claros. Ele nasceu em nossa cidade no ano de 1924, sendo filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos e Josefina Silveira Ribeiro (Mestra Fininha), além de irmão do educador Darcy Ribeiro. Cursou Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diplomando-se em 1950 e exercendo a profissão a partir de 1951.
Mário Ribeiro atuou em diversas áreas. Foi vereador no período de 1958 a 1962, assessor da Secretaria de Estado de Desenvolvimento no governo José de Magalhães Pinto, em 1962, e assessor da Casa Civil no governo do presidente João Goulart (1963-1964).
Como vice-prefeito de Montes Claros, foi responsável pelas áreas de educação, saúde e transportes do Município no período 1983-1988. Sua atuação foi tão marcante que se elegeu prefeito de Montes Claros de 1988 a 1992, sendo considerado até hoje o "prefeito da Educação e do Servidor Público Municipal".
Além dessas atividades, presidiu o Automóvel Clube de Montes Claros, de 1962 a 1964. Mário Ribeiro faleceu em 1999, aos 75 anos.
Causos do Marão
Muitas são as histórias que se contam do período em que Mário Ribeiro, também chamado de Marão, estava à frente da Prefeitura. Diz-se, por exemplo, que ele, sendo especialista em Dermatologia, por vezes atendia gratuitamente a população, em seu próprio gabinete.
Conta-se uma história de que, certo dia, um cidadão foi à Prefeitura e disse a Mário que tinha uma grande vontade de morar no Rio de Janeiro, e perguntou se o prefeito poderia arranjar para ele um emprego na "cidade maravilhosa". Mário, comovido com o pedido, resolveu escrever uma carta ao seu irmão Darcy Ribeiro, à época vice-prefeito do Rio, para que ele o recebesse e arrumasse algum trabalho para ele. E, assim, o moço foi com destino à cidade desejada. Ao ver o rapaz na porta de sua casa, Darcy ligou para Mário Ribeiro perguntando a ele como poderia atender o pedido do rapaz. O prefeito respondeu: "minha parte de ajudar o moço eu já fiz, agora é com você!".
Mário não tinha muita habilidade para dirigir automóveis e, por isso, contratou um rapaz para ser seu motorista. O jovem, com seus 20 anos, prestava serviços à família Ribeiro há algum tempo e foi designado ao cargo, já que era um excelente motorista, muito atento às leis e às regras de trânsito. Só um detalhe passou despercebido pelo então prefeito: o rapaz não tinha habilitação. Quando Mário descobriu isso, ele já estava atuando na função há oito meses. Disse, então: "ô, meu filho, vamos regularizar essa situação. Vá agora tirar essa carta!".